sexta-feira, 10 de junho de 2016

Um Novo Colecionismo

Na pauta o Novo Colecionismo

“Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único”
Lennon
O mundo da Arte reflete sempre o tempo de sua produção e não raro aponta caminhos para a reflexão. É um mundo que  não existe sem os artistas.
Podemos nos perguntar o que seria da Arte mundial se não existissem os Colecionadores?
 “ São eles os grandes consumidores que mantêm todo o sistema a funcionar.” diz a conferencista  Manuela Hargreaves *.
Grandes Coleções valiosas antes fechadas em propriedades particulares , hoje estão abertas ao público enriquecendo  o ar  com a cultura que um dia esses colecionadores escolheram.
Solomon e Peggy Guggenheim, o suiço Ernst Beyeler o alemão Peter Ludwig, o inglês de origem armênia Calouste Gulbenkian em Lisboa, Bernardo Paz de Inhotim ,Ricardo Brennand em Recife,  o Instituto Moreira Sales, a  Fundação Eva Klabin , a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano em São Paulo são alguns exemplos entre muitos.
Mas queremos falar da vontade e do incentivo ao Colecionismo  da arte atual , já que  pendurar  nas paredes  da própria casa   obras  contemporâneas de  valor  artístico  pode ser tão prazeroso quanto visitar os museus  com  obras já consagradas pela História .
Toda coleção  tende a refletir  aspetos da personalidade do colecionador,  o seu gosto, a sua sofisticação ou ingenuidade, a sua independência de escolha ou a confiança no julgamento dos outros.  A coleção sempre irá  refletir  aspectos  do mundo  vivido por quem coleciona. 

Ilustração : Série “Azulejarias”  Heloisa Reis em exposição na Galeria Solange Viana até 17 de Junho.

O museólogo  Fábio  Magalhães * comemorou o recente interesse de jovens colecionadores  de arte  que, diferentemente dos antigos  interessam-se pela produção  brasileira e não mais apenas pela arte celebrada  mundo afora.
Num mundo que se desenha diferente neste início de milênio  até mesmo a finalidade da Coleção – antes talvez mais voltada para a valorização de mercado -   volta-se para  esse canal  de comunicação que vai direto aos sentidos  estimulando o surgimento de novas atitudes  baseadas em novos paradigmas que visam a integração , a colaboração e o manter vivos os valores  mais intrínsecamente humanos .
Afinal artistas precisam sobreviver de sua Arte e consumidores de Arte têm o privilégio de consumir um bem imaterial  representado  pelo  significado  contido no significante do material adquirido. Na verdade a Arte   pertence  a todos que a fruem .
O papel do colecionador  a partir de agora  não é mais o de um hobby ou um desafio pessoal de ir em busca da valorização do mercado . É muito mais que isso : está ligado à formação de uma nova sociedade cultural, valorizadora  dos  significados  utópicos que precisam deixar de ser inatingíveis  como forma  imprescindível   de transformação gradual em direção a uma nova sociedade.
E como Lennon disse em “Imagine”  não somos os únicos a querer um mundo melhor!
Para saber mais:
*http://brasileiros.com.br/2012/09/a-arte-e-o-colecionismo-no-brasil-ontem-hoje-e-amanha/


*(http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/13020.pdf)

Este artigo foi originalmente publicado em www.babelcultural.com em Junho 2016

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Destrinchando significados

Meta signos do Zero

Em resposta  ao equívoco de  Lear
O Nada de Cordélia.
A presença do Bôbo  é
  percepção  da  tragédia

Amor não é “commodity”... não se troca por porções.